sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Pau d’alho – Gallesia integrifólia

Conhecida popularmente como Pau d’alho, Guararema ou Ibirarema esta é uma arvore característica da mata fluvial atlântica e da floresta semidecídua do Paraná, ocorre preferencialmente em terrenos profundos, úmidos e de alta fertilidade, sendo considerada padrão de terra boa. Todas as partes desta arvore exalam forte cheiro de alho, principalmente em dias úmidos.
Segundo FRAGA, et al, os principais constituintes químicos do óleo essencial extraído desta arvore são:
- 2,3,5-tritiahexano 1,77%
- 2,4,5,7,9-pentatiadecano 11,94%
- 2,3,4,6- tetratiaheptano 2,61%
- 2,3,4,6,8-pentatianonano 15,92%
- 2,4,5,7- tetratiaoctano 22,28%
- Isofitol 5,73%
Popularmente são conhecidas suas propriedades antiinflamatórias, sendo que a medicina popular utiliza o chá das raízes, casca e folhas, para o tratamento do reumatismo e úlceras; chá das folhas é utilizado no combate à gripe; e o cozimento das folhas e raspas da madeira é usado para banhar tumores ( REYES, 2003).
Em abril de 2004, Rudolf Trefzer esteve na fazenda para tomar conhecimento dos pratos feitos a base de verduras espontâneas no cafezal (serralha, serralhinha, caruru, oro–pro-nobilis, fazendeiro, beldroega, entre outras). Em contato com a arvore de Pau d’alho fez varias experiências com as folhas, cascas, raízes até chegar nos brotos tenros, encontrando um sabor muito rico semelhante ao alho. Neste dia nos contou que em varias partes do mundo a culinária substitui o alho por vários tipos de folhas de trepadeiras, arbustos e arvores e achou o sabor do Pau d’alho (G. integrifólia) muito interessante. Deste dia em diante, nos da fazenda, introduzimos o Pau d’alho na culinária e temos recebidos muitos elogios pelo sabor.
Rudolf Trefzer é redator da renomada revista gastronômica Marmite, nasceu e mora em Zurique na Suíça e em Luazzolo, é doutor em historia e trabalha como jornalista, escreve para diversos jornais na Suíça e Alemanha, abordando temas sobre enogastronomia.

Para compartilhar este rico tempero desenvolvemos:
- Pesto de Pau d’alho no azeite de oliva extra-virgem;
- Pesto de Pau d’ alho no limão cravo ( );
- Pesto de Pau d’ alho no limão cravo com pimenta cumbari;
- Pau d’alho desidratado à sombra.


Referencias Bibliográficas
- REYES, A. E. L.. 2003, Arvores Medicinais, CIAGRI - USP . Disponível em: http://www.esalq.usp.br/trilhas/medicina/am18.php Acessado em agosto, 2008.
- FRAGA, H. F. S.; ROSA, P. M.; MORAIS, A. A.; PINTO, A. C.; REZENDE, C. M.. Analise dos Constituintes Químicos do Óleo Essencial das folhas de Gallesia integrifólia (Sprengel) Harms (Phytolaccaceae). Sociedade Brasileira de Química (SBQ). Disponível em: https://sec.sbq.org.br/cd29ra/resumos/T0077-1.pdf Acessado em: agosto 2008.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

A sociedade tem duas alternativas:


1 - Mudar

2 - Mudar


Ou mudamos de atitude


ou teremos que mudar de casa

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Adote um Jardineiro


No dia 21 de abril, em comemoração ao Dia da Terra, futuros jardineiros plantaram mudas de arvores frutíferas como Pêssego, Nectarina, Caqui, Caju, Tamarindo, Graviola, Mexerica entre outras.


Cada Jardineiro adotou uma arvore e, se no ano que vem, no dia do Planeta Terra (22 de abril de 2009), a arvore estiver viva este jardineiro irá receber uma parte do bolão da arvore!!!!!!!
O Bolão da Arvore esta sendo arrecadado através de uma porcentagem dos produtos vendidos pela fazenda Santo Antonio
- Goiabadas
- Pimentas
- Cartões Postais
- Camisetas
E também através de doações de pessoas, como você que aprecia uma arvore, adora uma fruta, mas não tem tempo nem espaço para cultivar uma linda arvore.

Adote um jardineiro!!!! Para maiores informações e pedidos de produto entre em contato pelo e-mail jnetocafe@gmail.com

Com Gosto de Fevereiro

Cada mês possui suas características próprias como clima, flores, frutos, festas... Fevereiro é o mês do carnaval, mês de chuva no sudeste e é também o mês das Goiabas!!!!!
A goiabeira (Psidium guajava) é uma arvore nativa da região tropical do continente americano, pertence a família da Myrtaceae, a mesma da Jabuticaba e do Araçá (franco, 2002).
O fruto contém grande quantidade de vitamina C, e em menor quantidade possui vitamina A, B2 e B3; os principais minerais são cálcio, ferro, fósforo e tanino. O mais importante elemento encontrado na goiaba vermelha é o Licopeno, segundo Ornélia Porcu (Franco, 2002), a quantidade de licopeno encontrada na goiaba é o dobro do encontrado no tomate.
A goaibada é uma delicia in natura, encontrada em fartura nos meses de janeiro à maio. No restante do ano, uma altenativa para apreciar esta fruta, são os sucos, geléias, sopas e as deliciosas goiabadas!!!!!

segunda-feira, 17 de março de 2008

Estratégia: combater os problemas acrescentando vida e não morte

Desde 1970 a fazenda Santo Antônio da Água Limpa cultivava café adensado, utilizando agrotóxicos como inseticidas (tiodam), herbicidas e adubava-se a terra com fertilizantes químicos.
Em 1990 o professor Jorge Abrão veio visitar a fazenda e analisar o maior problema que eram as brocas - Hypothenumus hampei. A broca é um pequeno besouro (coleóptero), que possui como estratégia reprodutiva, a perfuração do grão de café pela fêmea que constrói no interior do grão de café uma galeria onde deposita os ovos, que irão eclodir e virar larvas que se alimentam do café.

Ciclo de vida da Broca

O pesquisador andou pela fazenda com uma lupa e um pequeno microscópio, analisando os grãos de cafés, as folhas e o solo. Terminando as analises o professor Jorge Abrão disse que não era necessário utilizar mais o tiodam (endolsufan – inseticida e fungicida) para combater as brocas. Então João Neto, gerente da fazenda, com a cabeça de um agricultor convencional, perguntou qual agrotóxico ele deveria usar? O pesquisador respondeu que ele não precisaria utilizar mais nenhum tipo de agrotóxico, que no cafezal tinha bastante broca, mas também existiam os inimigos da broca. Passando o tiodam matava-se as brocas que estavam fora do café e os inimigos da broca, mas não matava os ovos e as larvas das brocas que estavam dentro do café, assim quando estas saiam não encontravam mais inimigos e conseguiam se reproduzir bastante.
João Neto ainda não estava convencido, na época a fazenda Santo Antônio da Água Limpa era rodeada de fazendas de café, existindo então a preocupação das brocas dos cafezais vizinhos passarem para a fazenda, mas o professor Jorge Abrão falou que aconteceria justamente o contrario. Ao passar o tiodam os fazendeiros vizinhos estavam matando as brocas que estavam fora do café e também os inimigos da broca, desta forma se João Neto, não utiliza-se mais nenhum tipo de inseticida, as brocas de sua fazenda iriam passar para as fazendas vizinhas aonde não haveria inimigos.
João Neto ficou pensando, e apesar do medo resolveu acreditar no professor Jorge Abrão e não mais utilizar inseticidas. No primeiro ano a quantidade de broca nem aumentou nem diminuiu, no segundo também permaneceu estável, no terceiro ano diminuiu um pouco, mas ainda nada significativo, mas foi diminuindo cada vez mais. Apesar da maioria das fazendas vizinhas terem mudado sua cultura para cana de açúcar e eucalipto, aconteceu justamente o que o professor Jorge Abrão previa, as brocas da fazenda Santo Antônio da Água Limpa é que passam para os poucos cafezais restantes. Hoje em dia, sem utilizar nenhum tipo de fungicida ou inseticida, continua existindo broca, mas em quantidade muito menor, aproximadamente 1% do que existia antes.

A segunda experiência positiva do resultado de acrescentar vida para combater os problemas aconteceu em 2000. Desde 1996 que não era utilizado nenhum tipo de adubo, fertilizante ou agrotóxico na fazenda Santo Antônio da Água Limpa, porém quando parou-se de utilizar herbicidas o “mato” começou a crescer muito (capim-anapie, capim-colonião, capim-braquiaria, capim-angola, grama seda, entre outros.....), encarecendo bastante o manejo da fazenda, que necessitava de muitos trabalhadores para capinar e roçar o cafezal.
Segundo João Neto era um trabalho sem fim, quanto mais cortava o mato mais ele crescia, em muitas partes da fazenda o “mato” venceu a luta e matou os pés de café, foi então que decidiu-se plantar e deixar que outras arvores crescessem naturalmente no meio do cafezal. As arvores fazem sombra e diminuem o crescimento do “mato”, além da proporcionar um ambiente mais adequado ao desenvolvimento dos pés de cafés que são nativos do sub-bosque das matas úmidas da Etiópia.
Em 2003 aconteceu uma nova mudança, apesar do objetivo da fazenda ser a formação de uma agrofloresta, o crescimento das arvores é relativamente lento e o mato continuava crescendo muito e matando o cafezal. Quando tornou-se impossível continuar combatendo o mato através da capina e da roçada, João Neto decidiu colocar bovinos e eqüinos no meio do cafezal, para controlar o crescimento do mato. Atualmente ao invés de gastar dinheiro pagando trabalhadores para roçar o cafezal, a fazenda obtém receita através do aluguel de pasto para terceiros, que engordam bovinos e eqüinos de excelente qualidade.
Além de auxiliar no controle excessivo do mato o gado proporciona uma melhor atividade microbiana e de pequenos animais no sistema, contribuindo também para o aumento da biodiversidade.
O controle dos bernes e carrapatos é feito da maneira mais natural possível, os animais tomam doses mínimas de homeopatia, as garças (Egretta thula) ajudam comendo carrapatos da pele do gado, sendo outro beneficio adquirido através da alimentação, pois existe muita arvore de Pau-d’alho (Gallesia integrifolia) que o gado adora comer e acaba funcionando como inseticida natural.